domingo, 21 de outubro de 2007

Breve glossário da cultura graffiti



A

Ataque


O mesmo que missão.


Abafar
O mesmo que crossar.


B

Bombing
Bombing poderá ser considerado qualquer tipo de graffiti ilegal. No entanto, quando se fala de um bombing ou bomb, fala-se de um graffiti na rua (não em comboios ou metropolitanos) e que não se encaixa nas definições de tag ou trow-up. Poderá ser dividido em duas vertentes principais, colors ou silver.
Bomber
Writer que faz bombing.


Buff


O acto de remover um graffiti ou apaga-lo, passando uma camada de tinta uniforme.


Bite
O mesmo que plágio. Poderá ser o plágio de um tag enquanto pseudónimo, de um nome para uma crew, ou de qualquer elemento de um graffiti, seja a nível tipográfico, combinação de cores, efeitos, etc.


BlackBook/SketchBook/PieceBook
Livro onde o writer elabora os seus sketchs. O writer pode contar também, nesse livro, com sketchs de outros writers.


Backjump
Acto de graffitar o comboio, enquanto ele para por pouco tempo numa estação, ou lay-up, para retomar o serviço poucos minutos depois.


Bubblestyle
Estilo de graffiti, arredondado, que se assemelha a balões de pastilha elástica, muito utilizado para fazer trow-ups.


BackGround
Palavra para designar a pintura de fundo de um graffiti.


Babi
O mesmo que Polícia. Provém da palavra babylon, utilizada para designar as forças de autoridade.


C

Crew
Um grupo de Writers, que se une por um objectivo e forma o seu ‘’colectivo’’. As crews costumam ter nomes extensos, que são abreviados através de siglas, siglas normalmente entre 2 a 4 letras. Através dessas siglas, algumas vezes são criadas novas definições para o nome de crew. Um writer pode pertencer a várias crews. Muitas vezes os writers optam por pintar o nome das suas crews, seja abreviado ou por extenso, em detrimento do seu próprio tag. Se os writers dão reputação às suas crews, o contrário também acontece, daí que se torne importante também fazer crescer o nome da crew.


Cap
Difusor de tinta para as latas de spray, existem vários tipos de caps, consoante a espessura e a expressividade do traço pretendida. Um traço mais espesso vai permitir a pintura de uma superfície de forma mais rápida, enquanto que um traço menos espesso possibilita o trabalho de pormenores. É possível deixar entupir parcialmente alguns caps, de forma a conseguir expressividades e espessuras de traço diferentes, assim como cortar certas partes do cap com o mesmo objectivo. Cada marca de latas tem os seus caps, no entanto é possível utilizar alguns dos caps em diferentes marcas de latas. Skinny, Soft e Fat são alguns dos principais tipos de caps, subdividindo-se em mais categorias.


Colors
Um hall of fame que não tenha fundo poderá ser considerado um colors, assim como um bombing que em vez de ser trabalhado a silver, seja trabalhado a cores, também pode ser considerado um colors.


Cross
Passar por cima de um graffiti existente, fazendo outro graffiti. Quando um graffiti existente é danificado com riscos ou tags, a expressão também se aplica, e poderá dizer-se que ‘’foi crossado’’ ou ‘’levou cross’’.


Characters
Personagens que entram nos graffitis, inicialmente como forma de destacar os letterings, hoje em dia muitos writers dedicam-se à produção quase exclusiva de characters.



E

End 2 End
Conjunto de pannels que ocupam a carruagem ou o comboio de uma ponta a outra. Ou poderá ser um único graffiti, com a mesma altura de um pannel, mas que preencha todo o comprimento da carruagem.


F

Fill-in
Preenchimento de um graffiti, desde um preenchimento simples, utilizando apenas uma cor plana, até a um preenchimento recorrendo a várias cores e efeitos diversos.


Freestyle
Graffiti feito sem o auxilio de um projecto. Algo feito de improviso.


G

Graff
O mesmo que graffiti.



H

Hall-of-fame
Graffiti, na maior parte dos casos em paredes legais ou paredes pouco expostas, sem grandes riscos de problemas com as autoridades. Hall-of-fame é um graffiti mais pensado e mais trabalhado, dando importância não só ao lettering, mas também aos fundos e eventuais characters. Quando o hall-of-fame atinge uma proporção considerável, é muitas vezes também chamado de produção.


Highlight
Contorno no graffiti que fica por fora do outline, como se de uma aura de luz se tratasse.


HardCore
Denominação para dar ênfase à dificuldade de uma missão ou à determinação e coragem de um bomber. Como por exemplo: ‘’esse bomber é hardcore’’ o mesmo que dizer ‘’esse bomber cumpre missões difíceis. ‘’


I

In-line
Traços que ficam por dentro do outline, normalmente a branco, ajudando a dar uma noção de brilho.


K

King
Alguém num patamar elevado dentro do graffiti. Um writer também poderá ser catalogado como king em alguma área, king do hall-of-fame, king dos trains, ou king de uma determinada zona.


Kingsize
Graffiti de grandes dimensões, kingsize é um termo normalmente utilizado para bombing.


L

Lay-ups
Pequenos estacionamentos de uma ou duas linhas para comboios ou metropolitanos. Muitas linhas têm no seu final lay-ups, onde as composições param por alguns minutos, para depois retomarem o serviço na outra direcção.


M


Missão
Termo utilizado, para designar o acto de fazer graffiti de forma arriscada, potencialmente perigosa, termo normalmente associado à pintura de comboios, metros, ou bombing de rua em sítios difíceis.


Marker
Marker ou trincha, é um marcador que é carregado com tinta especial, e serve para fazer tags em diversas superfícies, existem marcadores de várias espessuras, facilmente se encontram no mercado, marcadores que chegam aos 6 cm de espessura.


N

New-school
Denominação utilizada para referir os writers mais recentes, ‘’writers da nova escola.’’ Esta palavra também é utilizada para denominar alguns estilos de graffiti mais recentes, em geral estilos mais minimalistas, desafiando as regras de equilíbrio, tipografia e aplicação de cor pré-estabelecidas, relegando também a técnica para um segundo plano. Como as tendências são cíclicas e os extremos tocam-se, o new-school acaba por ir buscar muitas influências à estética mais old-school.


O


Out-line
Linha que contorna o fill in de um graffiti, permitindo assim um maior contraste da pintura.


Old-school
Denominação utilizada para referir writers mais antigos, ‘’writers da velha escola.’’ Esta palavra também é utilizada para denominar alguns estilos de graffiti mais antigos, em geral certos tipos de wild-style, fundos, characters ou trow-ups.


P

Pannel
Graffiti em composições ferroviárias, que vai desde a parte de baixo da carruagem até pouco mais a cima do que o inicio dos vidros, dependendo também do modelo de carruagem.


Prodution
Hall of fame altamente elaborado, envolvendo vários writers, e talvez demorando vários dias de trabalho, ganhando a denominação de production ou produção.


Props
Vem da expressão ‘’proper respect’’. Em muitos graffitis é possível encontrar a expressão ‘’props to:’’ seguido de alguns nomes, seja de writers, crews, amigos, familiares, instituições, etc. E tem como objectivo dedicar esse graffiti, a quem é mencionado nos props. É uma forma de enaltecimento dos mencionados pelos props.


R

Rooftop
Sítio alto, na maioria das vezes de difícil acesso. Locais que acabam por ter uma forte exposição, dentro do tecido urbano e que criam alguma curiosidade da parte de quem vê o trabalho, pois nem sempre é obvia a forma que o writer utilizou para lá chegar, até porque por vezes tratam-se de formas de acesso temporárias, como por exemplo andaimes.


S

Silver

Cor de tinta muito utilizada, principalmente no bombing, devido ao baixo custo, fácil aderência às superfícies e pintura rápida. No bombing é habitual usar-se o termo ‘’silver’’ para falar de graffitis feitos com esta cor.


Spot

Local onde o writer pinta, em qualquer uma das vertentes.


Sketch
Projectos ou sketchs, são desenhos que podem vir a resultar em futuros graffitis, esses projectos podem ter diferentes níveis de elaboração, tanto ao nível das formas, como ao nível de aplicação de cores e efeitos. E são pensados conforme o seu fim, desde o mais simples bombing ao mais complexo hall of fame. Esses projectos/sketchs podem ser concretizados nas mais diversas técnicas. O mais utilizado será talvez o lápis ou lapiseira de grafite, esferográficas ou canetas finas, para definir as formas, e lápis de cor e/ou vários outros tipos de canetas de colorir para aplicar a cor. De salientar que neste momento, em algumas competições de graffiti, já existe a modalidade de sketch.


Stencil
Molde recortado em cartolina, radiografias, ou outros materiais de maneira a criar formas pré-defenidas, encostando esse molde a uma superfície, e passando spray por cima, ficamos com as formas subtraidas à cartolina, pintadas na parede. Ideal para fazer em superfícies pequenas, é rápido de executar, e permite também reproduzir o mesmo desenho em vários sítios.


Stickers
Autocolantes com informação gráfica. Esses autocolantes, são colados em qualquer lado, uma vez que também não implicam os riscos inerentes a fazer um tag. Feitos manualmente ou a computador, contêm algo no seu grafismo que identifica o seu autor. Podem ser tags, tags escritos em letra de imprensa, desenhos ou qualquer outro tipo de elemento. Os Stickers estão muito associado à chamada ‘’street-art’’ ou ‘’pos-graffiti’’


Sub
A abreviatura de subway, o mesmo que metropolitano.


Street-art
Street Art ou Pós graffiti, é um conceito recente e ainda bastante em aberto. Uma intervenção feita na cidade, principalmente à base de stickers, stencils, posters ou até através da colagem de azulejos, a nível de técnicas e suportes abre várias possibilidades. Para alguns será a extensão do seu trabalho enquanto writer de graffiti tradicional, outros há que são oriundos de áreas como o design ou a ilustração e têm pouca ligação ao graffiti tradicional. A fronteira entre o graffiti ‘’tradicional’’ e a street art acaba por ser bastante ténue e quase indecifrável.


Sugas
O mesmo que seguranças, vigilantes.


T

Tags
Tag é o pseudónimo do writer. Os tags são também as próprias assinaturas. Essas assinaturas podem conter várias informações, o tag enquanto pseudónimo do writer, o nome das suas crews, uma data ou qualquer outra informação. É possível escrever tudo recorrendo aos tags.


Throw-up
Throw-up poderá ser um graffiti inspirado no estilo bubble, preenchido ou não. Quando preenchido, normalmente não utiliza mais do que duas ou três cores. Outra definição de throw-up aponta para qualquer tipo de graffiti que viva só dos contornos e não esteja preenchido.


Top-to-botton
Graffiti em composição ferroviária, que ocupa toda a altura de uma carruagem, a partir do momento em que atinja também todo o comprimento da carruagem, mantendo a altura, ganha a designação de wholecar.


Trash-train

Normalmente quando os writers se referem a comboios, utilizam a palavra inglesa train, existe então o conceito de trash-train (comboio-lixo) que se utiliza para comboios fora de circulação, que se destinam a abate ou requalificação. Geralmente estes comboios são bastante fáceis de pintar, ideal para obter boas fotografias de graffiti em comboios, uma vez que o writer tem mais tempo para elaborar o seu graffiti, do que se tratasse de um comboio em condições normais.


Toy
Alguém inexperiente no meio do graffiti, alguém que pinte mal.



Três-d (3D)
Estilo de graffiti que se apresenta numa perspectiva tridimensional. Acaba por ser uma definição bastante generalista, porque muitos estilos de graffiti podem ser apresentados em perspectiva tridimensional.



V

Vandal-Squads
Brigadas de policia especializadas em combater o graffiti, actuam também no campo da investigação, estando preparados para decifrar os graffitis, e até comparar estilos, de forma a identificar writers que se apresentam com mais do que um tag.



W


Writer
Praticante de graffiti, em qualquer uma das suas vertentes.


Wholecar
Carruagem pintada de cima a baixo, de ponta a ponta.


Whole-Train
Comboio (conjunto de carruagens) pintado de cima a baixo, de ponta a ponta.


WildStyle
Estilo de graffiti surgido em Nova Iorque nos anos 70. É um estilo bastante complexo, que vive muito da intersecção de formas e que normalmente tem um elemento característico que são as setas. O resultado final torna-se algo altamente indecifrável para quem esteja fora do graffiti e, por vezes, até para quem está por dentro.


Y

Yard
Parque de estacionamento, para material ferroviário circulante. Muitos destes parques possuem hoje elaborados sistemas de segurança, vedações, câmaras de videovigilância, vigilantes, cães, sensores, etc. No entanto alguns writers conseguem ultrapassar essas barreiras e pintar as carruagens. Na maioria dos yards, construídos actualmente, a própria arquitectura dificulta a pintura, com torres de controlo em posições estratégicas, estando já implantados sistemas electrónicos de segurança mais avançados, e tendo os comboios estacionados, corredores rectos e mais largos entre si, de forma a aumentar a visibilidade para quem olha para dentro do corredor por uma das pontas.






ARTGRAFFITI

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